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BRAHMACHARYA, não indulgência



Brahmacharya é comumente traduzido como celibato ou controle dos impulsos sexuais, mas seu significado real não é esse. Este Yama se traduz por cessar o desperdício das nossas energias. 

Quando se está preso aos desejos mundanos, o homem vive na dualidade de prazer e dor. Quando não existe a busca pelo prazer, a dor não se caracteriza  como um problema e sim como a consequência de uma atitude (consciente ou não). 

Cessar a busca pelo prazer não quer dizer viver um vida desinteressante, sem experiências de amor e beleza e sem alegrias na vida. Cessar a busca pelo prazer é apreciar uma experiência agradável sem o desejo de que ela seja eterna. Quando não se busca continuidade eterna das experiências vividas, o indivíduo se encontra livre para viver novas experiências e gasta menos energia sofrendo pelo prazer momentâneo que teve um fim. 

Estamos o tempo todo preocupados em controlar o movimento do tempo cronológico em função do tempo psicológico. Vivemos uma boa experiência, ela acaba, e quando acontece novamente nos agarramos a ela  para impedir que chegue ao fim. E isso traz sofrimento atrás de sofrimento. Faz com que se viva do passado e lamentado o presente. 

Entende agora porque Brahmacharya não pode ser traduzido apenas pelo controle dos impulsos sexuais? Quem, durante a leitura, não lembrou de algum momento em que se pegou nesse desperdício de energia em algum momento da vida?  

A partir de hoje lembre dos bons momentos com alegria e fique feliz pelas experiências vividas, ela faz parte do que você é hoje e contribui para que você acolha o novo com mais carinho e presença. Conserve a sua energia física e mental e esteja aberto para novas experiências. 

Se quer saber mais sobre os Yamas e Niyamas, convido a leitura deste artigo: https://thalittaandradeyoga.blogspot.com/2020/06/conheca-os-yamas-e-niyamas-os-dois.html

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