SATYA, não falsidade

Se ainda não leu, recomendo a leitura sobre os Yamas e Niyamas clicando neste link

Satya está no Sutra 36 do Segundo Capítulo dos Yoga Sutras de Patanjali e está definido da seguinte forma:

styapratishthayam kriya- phakasrayatam

Que se traduz em: Para aquele que está estabelecido em satya ou não - falsidade, a própria ação é a sua recompensa.

A não-falsidade a que Patanjali se refere é praticar cada ação de forma completa, sem deixar resíduos para trás ou esperando algo na frente. Quando não agimos em satya esperamos sempre algo a mais após cada ação, uma recompensa. E essa recompensa quando não vem gera frustração, insatisfação e cria uma expectativa em um passado não realizado.

Satya é viver cada momento de forma verdadeira e completa. Estar presente, sem distrações. É perceber o que é, a situação em que nos encontramos, e não o que projetamos.

O indivíduo que se encontra em Satya age de momento a momento, sem a escravidão do tempo.

Consegue perceber como a prática do Yoga começa no indivíduo? Em um primeiro momento podemos pensar que a prática da não-falsidade define uma atitude que não deve ser tomada para com o outro. E, em uma interpretação mais ampla, uma ação verdadeira que começa com o próprio indivíduo não deixa espaço para uma ação não verdadeira com o outro.

Um exemplo clássico da prática Satya no dia a dia. Aquele momento que você diz "SIM" querendo dizer "NÃO". Consegue perceber como essa ação implicará tanto em você como no outro? Você escolheu fazer algo que não era do seu agrado, que não condizia com a SUA VERDADE, que te fará pensar sobre ela até que aconteça, que pode não ser feita de forma adequada, prejudicando também aquele que te pediu ajuda e recebeu um "SIM" falso. Se você tivesse agido em Satya e respondido um "NÃO" verdadeiro seria muito melhor para ambos. Primeiro porque, quando se age com a verdade não são necessárias justificativas, a ação se explica por si só. A pessoa poderia pedir para alguém realmente disposto a ajudá-la e a energia empregada na ação seria diferente, sendo benéfico para todos os envolvidos.

Não é fácil, se fosse, uma escritura de mais de 5.000 anos não faria tanto sentido nos dias atuais. Estamos na Terra para evoluir, e quando reconhecemos nossas atitudes e nos esforçamos para corrigi-las, já avançamos um passo a mais nessa eterna caminhada.

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